PRISÃO
Blog do Duduzão
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Deputado João Salame, líder da emancipação de Carajás, renova desafio aos contras
28/11/11
O deputado João Salame Neto (PPS), líder da
Frente Pró-Estado de Carajás, esperou 24 horas além do prazo que deu aos
paramentares adversários à criação de duas unidades federativas a partir do
atual território do Pará – Carajás e Tapajós -, para renovar o desafio que
fizera no início da semana passada.
Salame, numa entrevista
ao Jornal do SBT, ancorado por Nielson Martins e numa palestra a estudantes de
Administração de uma Universidade de Belém, disse que se os adversários de
Carajás conseguissem convencer o governador Simão Jatene a dar o aumento de R$
66,00 aos professores da rede pública estadual, que estavam em greve há quase
dois meses, para conseguir o piso nacional de salário (R$ 187,00) e contratasse
1,5 mil policiais para o sul e sudeste do Pará, para fazer frente à violência
que campeia naquela região, renunciaria o seu mandato de deputado estadual e
abandonaria a Frente Pro-Carajás, passando a lutar pela manutenção do Pará como
se conhece hoje. O desafio foi endereçado ao presidente da Frente do Não,
deputado federal Zenaldo Coutinho (Licenciado). Coutinho foi chefe da Casa
Civil do governador e mantem estreitas ligações com Simão Jatene.
Salame havia estipulado
até a sexta-feira passada para que os contrários a Carajás e Tapajós se
manifestassem, mas já sabia antecipadamente que isso não aconteceria. “O
governo não tem como dar esses míseros R$ 66,00 de aumento a cada professor
porque não tem dinheiro, Se der, acaba de quebrar o Estado. Jatene não dá
porque não pode. Ana Júlia não deu porque não pôde, e Almir Gabriel também não
deu pela mesma razão. Por isso, não devemos continuar com essa demagogia de que
tudo vai melhorar. Só vai melhorar quando vier mais recursos da União e isso só
ocorrerá quando tivermos mais duas unidades federativas para trazer mais cotas
do FPE (Fundo de Participação dos Estado) para a região. Só não vê quem não
quer ver. O Pará atual recebe R$ 2,9 bilhões. Com a divisão, passará a receber
R$ 5,9 bilhões. Só com o que economizará por não ter que investir nas áreas
emancipadas representa 15 vezes a a sua capacidade de investimento com recursos
próprios hoje, que é da ordem de R$ 187 milhões, segundo um secretário do
próprio governo”.
Salame, sábado passado,
renovou o desafio e preveniu os defensores de Carajás para que não espere
resposta, porque a equação do desenvolvimento proposta pelos defensores do
“Pará grande e pobre” não tem solução.
O deputado participou,
domingo, de uma carreatas do SIM (77) pelas principais ruas de Belém e ficou
satisfeito com a manifestação de apoio de boa parte da população. “É natural
que, em Belém, as pessoas sejam contra. Muitas delas são sabem aonde fica a
Serra do Cachimbo, Floresta do Araguaia, Gurupá ou Anajás, e, bem ou mal, tem
atendimento médico mais perto, segurança pública mais visível. Agora, quem mora
fora da Área Metropolitana de Belém não tem nada disso e sua esperança está na
presença do governo mais perto, com mais saúde, mais educação, mais segurança
pública.
O Pará, todo mundo
sabe, é um estado continental mas pobre, por isso difícil de ser administrado.
Não há dinheiro, por mais boa vontade que os governantes tenham. Nós não
estamos apregoando que com a divisão o sul e sudeste do Pará vão se transformar
numa Califórnia ( o estado americano mais rico) do dia para noite, mas que vai
melhorar vai. Melhorou bem no Tocantins, no Mato Grosso e no Amapá. O que
estamos propondo é que o povo em geral deixe de passionalismo e discuta a
questão com a razão pois a divisão vai ser boa para todos. Haverá mais
dinheiro, menor espaço territorial e mais presença de governo para combater
violência, falta de médicos, de defensores públicos, delegados, policiais etc.
Também, os órgãos federais vão ter que se adequar à nova realidade, criando
delegacias, representações e reforçando a sua presença. Representa isso mais
emprego, mas dinheiro injetado na região. Não razão para ninguém ser contra”.
Nesta segunda-feira,
Salame visitou Anajás e Portel, no arquipélago de Marajó, levando a mensagem da
frente que preside. Foi mostrar a prefeito e vereadores que todos os municípios
vão ter aumentadas as suas cotas do Fundo de Participação dos Municípios. Nesta
terça-feira, Salame retoma os trabalhos na Assembléia Legislativa do Pará.
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